Com informações de Régis Querino
Emocionado e inconformado, Alê Seckler, de 21 anos, cujo nome oficial é Alessandra Seckler, contou nesta terça-feira (7) como foi a agressão sofrida no último dia 2 de outubro, em Mongaguá, quando foi alvo de pedrada e chutes de um desconhecido.

O caso ocorreu quando Alê deixava a pousada da mãe. Segundo ele, um homem o xingou e o agrediu com uma pedrada. "Eu não o conhecia e mesmo assim ele tentou me matar. Se um senhor não interferisse, não estaria aqui para contar o ocorrido"..

A Delegacia da Mulher de Mongaguá procura o agressor do estudante.  “Conseguimos registrar o boletim de ocorrência na segunda-feira (6), na Delegacia da Mulher de Mongaguá, tipificando o caso como tentativa de homicídio. Hoje  (7) ele fará o exame de corpo de delito no Pronto Socorro para que seja anexado ao inquérito”, diz Ricardo Luiz Dias, membro da Comissão da Diversidade Sexual da 83ª SubSeção de Itanhaém.

Alê, que está providenciando a mudança de seu nome, não conseguiu identificar o agressor ao ver fotos na Delegacia Sede da cidade, mas lembra de algumas características do procurado. “Ele era negro, muito alto e magro, com idade entre 25 e 30 anos. Ele me batia e dizia que Deus não olha pro Brasil por nossa causa (homossexuais), que nós deveríamos ser exterminados”, relata a estudante, que decidiu divulgar o caso e mostrar o rosto em busca de justiça. “Esse tipo de violência tem que acabar.

Entenda o caso
O caso de homofobia foi registrado na Delegacia de Defesa da Mulher de Mongaguá na segunda-feira (6).

“Eu deixei a pousada da minha mãe e estava subindo uma passarela quando este homem, que não conheço, começou a me xingar de ‘sapatão do inferno’ e uma série de outras coisas. Não liguei e continuei andando, quando levei uma pedrada na cabeça e caí. Ele começou a me chutar e a dizer que acha um absurdo existir pessoas como eu, que eu deveria morrer”, relata a vítima, que é homossexual e preferiu não se identificar.

As agressões só cessaram quando um homem que passava pelo local ameaçou chamar a polícia. “O senhor pediu pelo amor de Deus para que o cara parasse de me bater, mas como ele não parou, esta pessoa disse que chamaria a polícia. Foi a minha sorte”, conta a estudante, que já havia sido vítima de violência homofóbica anos atrás, no bairro de Santana, em São Paulo.  

Alê tentou registrar um boletim de ocorrência na sexta-feira (3) na Delegacia Sede de Mongaguá, mas foi orientado a procurar a Delegacia da Mulher.

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