quinta-feira, 14 de junho de 2018

EM SESSÃO DE MAIS DE 20 HORAS, DEPUTADOS ARGENTINOS APROVAM LEGALIZAÇÃO DO ABORTO

Votação se estendeu por toda a madrugada; projeto de lei seguirá agora para o Senado.



BUENOS AIRES - Após mais de 20 horas de debate na Câmara dos Deputados, o projeto de lei que descriminaliza o aborto na Argentina foi aprovado nesta quinta-feira, 14. A iniciativa teve 129 votos a favor, 125 contra e 1 abstenção. Agora, o projeto que permite a realização do procedimento até a 14.ª semana de gestação seguirá para o Senado. Milhares de manifestantes pró e contra a medida acompanharam a votação nas avenidas próximas ao Congresso.   
A sessão começou às 1h30 (10h30 em Brasília) e se estendeu durante toda a madrugada. O projeto de lei descriminaliza qualquer aborto realizado até a 14ª semana de gestação - e não apenas em caso de estupro ou de risco para a vida da mulher - e ainda estabelece que se a gestante for menor de 16 anos, ele deverá ser feito com o seu consentimento.
“Nossas mulheres estão aqui fora. Estão esperando que fiquemos à altura das circunstâncias”, disse a deputada Magdalena Sierra, do partido Frente para a Vitória, durante a sessão. Já Luis Pastori, da União Cívica Radical, afirmou que “é absurdo e injusto sancionar uma lei que permita matar seres humanos que devem ser respeitados desde a concepção”.
O país do papa Francisco, fortemente influenciado pela Igreja Católica, foi pioneiro na América Latina com relação à aprovação do casamento igualitário. Contudo, a questão do aborto nunca havia sido discutida no Parlamento. Apesar de ter se declarado “em favor da vida”, o presidente Mauricio Macri incentivou o debate, após o fracasso nos governos anteriores.

Câmara dos Deputados na Argentina

 A Argentina foi pioneira na América Latina na aprovação do casamento igualitário, mas a questão do aborto nunca havia sido discutida no Parlamento 
Foto: Câmara de Deputados de Argentina / EFE


“Nossas mulheres estão aqui fora. Estão esperando que fiquemos à altura das circunstâncias”, disse a deputada Magdalena Sierra, do partido Frente para a Vitória, durante a sessão. Já Luis Pastori, da União Cívica Radical, afirmou que “é absurdo e injusto sancionar uma lei que permita matar seres humanos que devem ser respeitados desde a concepção”.
O país do papa Francisco, fortemente influenciado pela Igreja Católica, foi pioneiro na América Latina com relação à aprovação do casamento igualitário. Contudo, a questão do aborto nunca havia sido discutida no Parlamento. Apesar de ter se declarado “em favor da vida”, o presidente Mauricio Macri incentivou o debate, após o fracasso nos governos anteriores.  
Na América Latina, o aborto sem restrições é legal no Uruguai e em Cuba. Também é permitido na Cidade do México. Em quase todos os demais países é permitido apenas no caso de risco para a mulher, quando não há chance de sobrevivência do feto ou se a gravidez for resultado de um estupro. Em El Salvador, Honduras e Nicarágua ele é proibido completamente.  
O debate parlamentar sobre a descriminalização do aborto, considerado até agora um tabu na Argentina, provocou debates em vários colégios de todo o país e os estudantes começaram a liderar uma campanha para obter a liberação.
Os estudantes ocuparam várias escolas públicas de Buenos Aires na terça-feira e no dia seguinte tomaram as imediações do Congresso para exigir que os deputados aprovassem a lei de aborto legal, seguro e gratuito e anulassem a atual legislação, que data de 1921. / AFP, AP e EFE


 

Argentinos celebram aprovação na Câmara do projeto de lei que legaliza aborto

 

Disponível em:  https://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,em-sessao-de-mais-de-20-horas-deputados-argentinos-aprovam-legalizacao-do-aborto,70002350100 

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