Em 2017, 21 travesti e transexuais foram assassinadas no Estado e número aumentou no primeiro trimestre deste ano. Coordenador do Grab diz que julgamento do caso Dandara não minimiza transfobia.
O julgamento de cinco dos acusados de matar Dandara dos Santos
acontece nesta quinta-feira, 5, no Fórum Clóvis Beviláqua. Até as 13
horas, quatro pessoas já haviam sido interrogadas. Para o coordenador
político do Grupo de Resistência Asa Branca (Grab), Dário Bezerra,
julgamento não minimiza transfobia no Estado.
Conforme
a Grab, foram 21 casos de travestis e transexuais assassinadas no Ceará
em 2017. Desses, 19 casos aconteceram após a morte de Dandara. De
acordo com a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra
Brasil), o primeiro trimestre deste ano já fecha com cinco assassinatos,
um aumento de 10% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Do lado de fora do Fórum, cerca de 30 pessoas se manifestavam pedindo justiça para Dandara, Érika, espancada na av. José Bastos também em fevereiro do ano passado e que morreu dois meses depois, e tantas outras vítimas da violência. Outras vítimas lembradas na manifestação são Paola, encontrada morta em Russas, em janeiro do ano passado, e Pinha Priscila, assasinada em abril de 2017.
"Esse
julgamento não minimiza a transfobia e os casos de LGBTfobia no Ceará.
Para além do julgamento, estamos aqui para exigir políticas públicas que
venham a enfrentar essa transfobia no Ceará", afirma. "As travestis
continuam sendo assassinadas e a gente precisa cobrar do governo, da
segurança pública, medidas efetivas que venham a transformar essa
realidade".
Com informações do repórter especial Thiago Paiva
RUBENS RODRIGUES
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