O pré-candidato ao governo de São Paulo, na ânsia de culpar os sem-teto
pela tragédia, até mesmo se esqueceu de falar sobre as vítimas e, depois
de um tempo, convocou repórteres novamente para "complementar" sua fala
e prestar "solidariedade".
O ex-prefeito de São Paulo e pré-candidato ao governo do estado, João Doria (PSDB), falou nesta terça-feira (1) sobre o prédio que desabou em chamas no centro da capital paulista.
Ele da 25ª Agrishow – feira do agronegócio – em Ribeirão Preto quando
resolveu falar sobre a tragédia. Sua primeira fala, no entanto, só deu
conta de responsabilizar os moradores do prédio pelo incêndio e
desabamento, sem citar as perdas das famílias ou as possíveis vítimas.
“A solução é evitar as invasões, o prédio foi invadido, e parte dela
por uma facção criminosa”, disse, complementando ainda que o local
funcionava como “um centro de distribuição de drogas” e que sua gestão
na prefeitura de São Paulo tentou, sem sucesso, desocupar o prédio.
Somente alguns minutos depois que o ex-prefeito percebeu sua falta de
sensibilidade e convocou os repórteres novamente para “complementar” sua
fala e dizer que presta “solidariedade às famílias desabrigadas”.
Equipes da Defesa Civil e dos Bombeiros ainda trabalham no local, que
fica no Largo do Paissandú. O incêndio que culminou no desabamento
começou por volta das 3h da manhã e as causas ainda são desconhecidas.
No prédio, que pertence à União estava há anos sem utilidade pública,
viviam mais de 50 famílias sem-teto que pertenciam a um movimento
social. As informações dos Bombeiros é que ao menos três pessoas ainda
estão desaparecidas. As buscas por sobreviventes seguem.
Doações
Equipes públicas, outras ocupações e sociedade civil estão se
organizando para receber doações que serão encaminhadas aos
desabrigados. Alimentos e água são os itens mais urgentes, mas as
famílias também estão precisando de cobertores, colchões e roupas.
Até o momento, foram organizados os seguintes pontos de doação:
- Ocupação Mauá: Rua Mauá 340
- Paróquia Santa Ifigênia: Rua Santa Ifigênia, 30
- Hospital da Cruz Vermelha: Av. Moreira Guimarães, 699
- Ocupação Luana Barbosa: Rua Dr Augusto Miranda, 22
- Igreja do Largo do Paissandú, em frente a Galeria do Rock
- Disponível em: https://www.revistaforum.com.br/doria-culpa-moradores-e-diz-que-predio-que-desabou-abrigava-faccao-criminosa2/
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