Jovem foi assaltada na Ilha do Governador
Foto: Reprodução/Facebook
RIO — "Uma menina alegre, prestativa e de bom coração". As palavras
são de um amigo de Soraia Macedo de Lemos, de 17 anos. Estudante do
último ano do ensino médio, a jovem não resistiu aos ferimentos depois
de ser baleada na cabeça, num assalto na Ilha do Governador, Zona Norte
do Rio, na noite desta terça-feira. Ela chegou a ser socorrida e levada
para o Hospital municipal Evandro Freire, no mesmo bairro, mas morreu na
unidade. Aos amigos e parentes da vítima, ficou a tristeza e a
perplexidade deixadas pelo assassinato. Homenagens também foram postadas
nas redes sociais.
— A Soraia era extremamente animada. Muito
alto astral e extrovertida. Não tinha quem não gostasse dela. Era
prestativa e de bom coração. Sempre pronta a ajudar. Ninguém acredita
ainda no que aconteceu — disse um amigo da vítima, de 21 anos, que pediu
para não ser identificado.
Segundo relato de pessoas próximas à adolescente, ela estava na Rua
Estocolmo, via que faz esquina com colégio estadual em que estudava.
Acompanhada de outra jovem, ela fora abordada por dois criminosos.
Soraia estava com fones de ouvido naquele momento. Um dos criminosos,
então, teria puxado o aparelho dela. Fizeram o mesmo com a moça que a
acompanhava Soraia.
O disparo ocorreu em seguida. Os bandidos não
levaram o telefone da vítima, modelo fácil de ser rastreado — acabaram
roubando apenas aparelho da jovem que estava com ela no momento do
assalto. Os assaltantes conseguiram fugir.
O delegado da Delegacia
de Homicídios da Capital (DH) responsável pelo caso, Evaristo Pontes,
explicou que a principal linha de investigação é latrocínio, roubo
seguido de morte. Ele também disse que a namorada da vítima, que estava
presente no momento do assalto, relatou durante o depoimento que os
bandidos teriam atirado por não gostarem do modelo do celular de Soraia,
que é de fácil rastreamento.
— Nossa principal hipótese para o
crime é latrocínio. Já ouvimos a namorada da vítima, e ela contou que um
dos bandidos atirou na Soraia porque não gostou do telefone, um iPhone,
que é de fácil rastreamento. Também investigamos a informação de que os
assaltantes seriam da favela do Barbante, na Ilha do Governador, e
estamos buscando imagens das câmeras de segurança da região para
identificar a dupla — disse o delegado Evaristo Pontes.
COMOÇÃO NAS REDES SOCIAIS
A
julgar pelas fotos postadas por Soraia em suas redes sociais, pode-se
dizer que era uma menina alegre e que vivia rodeada de amigos. Muitos
deles, inclusive, utilizaram imagens em que posam junto à vítima para
prestar as últimas homenagens à adolescente. Uma das mensagens foi da
mãe da jovem:
"Nem tenho palavras para expressar tanta dor em meu
peito. Perder uma filha linda que sempre pensou em mim em primeiro
lugar. Choramos e rimos juntas, te aconselhei em tudo em sua vida.
Sempre tive orgulho de ter você como filha. Sou muito apaixonada por
você. Parece que é mentira que vou acordar e não te ver mais; a ficha
ainda não caiu. Meu eterno chorinho, minha menina boba e levada.
Arrancaram um pedaço de mim. Não sei o que vai ser de mim agora", consta
de um trecho postado pela mãe da menina na internet.
Em outra postagem, uma pessoa próxima à Soraia desabafou pelo fato de o crime ter sido motivado por um celular:
"Uma
menina incrível, com planos, objetivos, sonhos e tudo. Como pode alguém
tirar uma vida por conta de um celular? Um objeto sem valor algum.
Tiram uma vida sem pena, uma crueldade só! Nossa menina , nossa soso ,
vai estar sempre em nossos corações. Que a justiça seja feita.
"Que
o nosso bom Deus lhe receba de braços abertos, minha flor. Que ele
venha confortar os corações de todos que te amam. Descanse em paz, e que
daí de cima, junto com o Pai, você venha nos proteger desses monstros",
dizia outro texto postado na página de Soraia.
VIA RECORRENTE EM CRIMES
VIA RECORRENTE EM CRIMES
Foi na mesma Rua Estocolmo em que a jovem Soraia foi baleada que, em fevereiro deste ano, morreu o professor de jiu-jítsu Állex Gonçalves Passos, de 27 anos. Ele foi atingido atacado a tiros por bandidos durante um assalto. O jovem estava de moto e passava na altura da esquina da Rua Compenhague quando foi rendido pelos criminosos, que dispararam contra ele.
Os criminosos fugiram do local levando a mochila de Állex. O caso também foi registrado pela Delegacia de Homicídios.
SORAIA MACEDO DE LEMOS / ESTUDANTE – 17 ANOS / TIROS / RJ, RIO DE JANEIRO
Namorada de
jovem assassinada nega reação a assalto: ‘é cruel pelo prazer que teve
de tirar uma vida’… Nicole da Silva diz ter entregado o celular sem
reagir ao assalto… –
A namorada
de Soraia de 17 anos baleada na cabeça durante um roubo de celular,
negou que elas tenham reagido ao assalto que terminou com a morte da
estudante na Ilha do Governador, zona norte do Rio de Janeiro. Nicole
contou que ela e Soraia tinham acabado de sair de casa quando foram
abordadas por dois homens em uma moto. O caso ocorreu a 300 m da escola
da vítima. Ela relatou que a dupla chegou puxando o celular do bolso da
namorada.
Nicole disse
que os dois criminosos as ameaçavam de morte e xingavam o tempo todo.
“Eles ficaram falando que a gente ia morrer, ia morrer, ia morrer”,
lembra. Nicole diz ainda que não esboçou reação e entregou o celular,
mas que, mesmo assim, ao deixar o local, o assaltante na garupa da moto
–o único armado– atirou em Soraia.
“A última palavra dela foi me chamar de amor. É desesperador, é cruel, o prazer que ele teve de tirar uma vida”….
“Eu
ajoelhei, ela virou pra mim caída e só falou ‘amor’. Em todo momento
ela estava respirando, estava me escutando, mas não respondia”, contou
Nicole.
Segundo a sobrevivente, momentos antes de serem abordadas, Soraia pediu que ela nunca a abandonasse.
LATROCINIO CONTRA LGBT É SEMPRE CRIME HOMOFÓBICO !
Pois os assassinos acreditam que o LGBT é fraco, frágil, presa fácil; que a polícia não vai investigar porque é homossexual; que a justiça não vai condenar porque gay ou Lésbica e é sempre culpam a vítima, etc. Depois de já ter entregue o produto do roubo (um celular) foi covardemente assassinada com um tiro na cabeça a sangue frio, foram xingadas e ameaçadas durante todo o tempo da ação, “eles ficaram falando que a gente ia morrer, ia morrer, ia morrer”, como sempre de praxe, estarão negando o caráter da homofobia cultural em crimes como este, é realmente prova de ignorância e preconceito. Punição exemplar para os assassinos.
Nunca é roubo seguido de morte, é sempre morte seguida de saque. Porque crimes contra LGBTs nunca recebem atenção da polícia, o que permite que o assassino escape de ser preso se mascarar o crime como latrocínio.
A homofobia cultural e a hipocrisia social devem sempre ser desmascaradas.
Disponível em: https://extra.globo.com/casos-de-policia/amigos-parentes-homenageiam-jovem-morta-apos-ser-baleada-em-assalto-na-ilha-22686720.html + https://homofobiamata.wordpress.com/page/1/
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