A indústria da moda explora mulheres" e 'trabalho terceirizado, vidas
precárias' foram algumas das frases de ordem usadas pelas militantes.
Ato em São Paulo faz parte de mobilização global contra condições precárias de trabalho das mulheres na indústria têxtil
As
mulheres da Marcha Mundial das Mulheres em São Paulo realizaram nesta
terça-feira 24 uma ação em frente à Riachuelo, na Avenida Paulista. A
intervenção faz parte de um ato global da marcha. As manifestantes
conseguiram entrar na loja e colocar cartazes com palavras de ordem nos
manequins da vitrine da loja. "A indústria da moda explora mulheres" e
"trabalho terceirizado, vidas precárias" foram algumas das frases de ordem usadas na ação.
Durante
a manifestação, as integrantes da marcha fizeram panfletagem no local
com o objetivo de conscientizar os pedestres que passavam pelo local
sobre as condições precárias de trabalho para as mulheres no setor
têxtil e nas confecções.
A
cada ano, dia 24 de abril é o dia de 24 horas de solidariedade
feminista da Marcha Mundial das Mulheres. "Entre 12h e 13h, lembramos a
memória do desmoronamento do Rana Plaza,
que ocorreu em 2013, em Bangladesh, ferindo e matando milhares de
trabalhadoras e trabalhadores da indústria têxtil, e denunciando as
empresas que precarizam o trabalho e a vida das pessoas", afirma a
postagem da Marcha nas redes sociais.
Segundo
Carla Vitória, da Marcha em São Paulo e que participou do ato, a
Riachuelo foi escolhida por ser uma das campeãs em processos
trabalhistas - acumula mais de 2 mil ações - e ser acusada e investigada
por trabalho análogo à escravidão
em suas confecções. "A ação (entrar na vitrine da loja) foi planejada e
executada sem muito segredo", comemora Carla. Não houve violência por
parte dos seguranças das loja e a manifestação ocorreu de forma
tranquila.
Gigante
do setor têxtil, a Riachuelo é alvo de uma ação civil pública do
Ministério Público do Trabalho, que há anos promove inspeções nas
fábricas da empresa no Rio Grande do Norte. Nela, exige-se uma indenização de 37,7 milhões de reais
a Guararapes Confecções, controladora da Riachuelo, por infrações
trabalhistas identificadas em oficinas tercerizadas. As investigações
levaram Rocha a atacar pessoalmente a procuradora pelo caso em suas
redes sociais.
O dono da Riachuelo é Flávio Rocha, um do principais articuladores da reforma trabalhista.
Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/sociedade/marcha-mundial-das-mulheres-faz-ato-na-riachuelo-contra-precarizacao
Nenhum comentário:
Postar um comentário