O ministro Gilmar
Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu prorrogar por 60 dias
as investigações sobre o senador Aécio Neves (PSDB-MG) no âmbito de um
inquérito que apura "maquiagem" de informações prestadas pelo Banco
Rural à CPMI dos Correios. Gilmar também determinou que o inquérito
contra o senador seja encaminhado à Polícia Federal para a realização de
diligências.
"Tendo em vista que há diligências pendentes (...),
defiro a prorrogação de prazo, nos termos requeridos. Ante o exposto,
determino o prosseguimento das investigações, deferindo o prazo de
sessenta dias para conclusão das investigações", determinou o ministro,
em decisão assinada no dia 13 de abril.
O
inquérito foi instaurado com base na delação premiada do ex-senador
Delcídio Amaral (MS). O delegado de Polícia Federal Heliel Jefferson
Martins havia pedido a prorrogação do prazo para a conclusão das
investigações, já que aguarda o retorno de duas cartas precatórias
(quando há pedido de informações envolvendo instâncias judiciais
distintas) para apresentar o relatório final.
Procurada pela
reportagem, a assessoria do senador informou que "prorrogações são
medidas rotineiras em inquéritos" e que "quanto mais profunda e isenta
for a investigação, mais clareza haverá de que o senador não tem
qualquer relação com os fatos investigados".
Denúncia
Na
última terça-feira (17), a Primeira Turma do STF aceitou a denúncia da
Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o senador pelos crimes de
corrupção passiva e obstrução da Justiça com base na delação premiada do
Grupo J&F.
Ex-presidente nacional do PSDB, Aécio se tornou
réu pela primeira vez no Supremo por causa do episódio em que foi
gravado pedindo R$ 2 milhões a Joesley Batista. O tucano também é
acusado de tentar atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato.
Além
da ação penal que será aberta, Aécio é alvo de oito inquéritos que
tramitam no Supremo - cinco com base na delação da Odebrecht, dois
relacionados à delação de Delcídio e outro caso da delação da J&F.
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