O Conselho Municipal da Pessoa
com Deficiência de Sobral – CMDPCD, realiza no período de 16 a 22 de setembro,
a IX Semana da Pessoa com Deficiência, propondo à sociedade, às famílias, às
instituições de um modo geral, ao poder público, em suas diversas instâncias e
às próprias pessoas com deficiência, uma reflexão séria e profunda sobre a
autonomia, a deficiência enquanto realidade humana e a inclusão social,
enquanto objetivo, foco e direcionamento do seu existir e das ações que
desenvolve. Trata-se de uma temática política, que envolve e se direciona a
seres políticos, com direitos adquiridos e numa luta constante para efetivação
dos mesmos.
Autonomia da pessoa com
deficiência: um alicerce para inclusão, nos remete a uma necessidade real,
intrínseca e urgente de entendermos alguns conceitos ainda pouco compreendidos
pelas famílias de pessoas com deficiência, pelos grupos sociais nos quais estas
encontram-se inseridas, pelas instituições que lidam com as múltiplas
deficiências humanas, pelo poder público que deixa a desejar na construção e
implementação de políticas públicas direcionadas a essa parcela da população e
pela iniciativa privada que longe se encontra de humanizar-se ao ponto de oferecer igualdade de espaços, sem deixar de
reconhecer que muitas das pessoas com deficiência, ainda não se apropriaram de
seu significado.
Autonomia é a capacidade de auto-cuidar-se,
de decidir, de escolher, de opinar, de participar efetivamente daquilo que diz
respeito a si e ao seu caminho. Falar em deficiência, é falar em limites, em
restrições, em impossibilidades, sim, porém, sem que isso implique
obrigatoriamente “no não ser”, “na incapacidade total”, “na súplica por
piedade, no sentido pejorativo da palavra”, “no exílio do mundo e das
realidades que circundam o (a) deficiente”, “na negação do trabalho, do prazer
sexual ou da possibilidade de amar e estabelecer relações construtivas e
saudáveis, capazes de enriquecer a vida”. São muitos (as) os (as) deficientes,
portanto, também, muitos os tipos de deficiência com os quais convivemos, de
origem congênita ou adquirida: motora, intelectual, cognitiva, visual,
auditiva. Para cada uma delas, uma maneira própria de lidar, necessidades
peculiares. Para todas, uma urgência: respeito, abertura ao diferente,
inclusão. Incluir é diferente de “amontoar”! Falar em inclusão, é por-se no
caminho do reconhecer as possibilidades, os talentos, as características
ímpares de cada indivíduo e da deficiência que este traz consigo. É reconhecer
a unicidade do ser e estar aberto (a) às diferenças.
Alicerce é chão, é base de
sustentação, é raiz. No caminhar que cada um de nós faz, uns irão aos 50
quilometros, outros chegarão aos 100. Outros, percorrerão 9 quilometros e deles
será exigida a mesma tenacidade dos que foram mais longe, e torna-se
necessário, urgente, reconhecer que os 100 quilometros percorridos por um, traz
em si o mesmo valor, as mesmas exigências e satisfações daquele que “apenas
caminhou 9 quilometros”. Nessa sociedade capitalista, de “resultados”, e em
contínuo e acelerado processo de desumanização, urge falar sim, em inclusão,
lembrando que incluir é colocar dentro de, é somar, lembrar que, por sermos
todos diferentes, exatamente por isso, há a necessidade de direitos já
conquistados sendo respeitados e que a luta por aquilo que nos falta, não pode
parar: educação, saúde, moradia, trabalho, segurança, transporte público e de
qualidade, acesso à cultura, ao esporte e ao lazer, compreendidos, não como
“favores” que são desenvolvidos em prol dos cidadãos e das cidadãs com
deficiência, mas como atos inclusivos, que contribuirão para a construção de uma
sociedade verdadeiramente inclusiva. As pessoas com algum tipo de deficiência,
longe se encontram da necessidade da pena, dos que se julgam “normais” e, portanto, criam o grupo dos
anormais. A necessidade real é de que direitos sejam respeitados e lutas sejam
permanentemente travadas nos diversos espaços constitutivos da sociedade, para
que chegue, a todas pessoas com deficiência, o que ainda não nos foi
reconhecido, portanto, não respaldado, não garantido por lei.
Considero de extrema importância
, o envolvimento de familiares, igrejas, grupos sociais diversos, instituições
políticas e educacionais, meios de comunicação social, no desenvolvimento das
atividades propostas para esta semana, que serão:
Sábado,
dia 16 de setembro – Caminhada de abertura, saindo ás 8
horas da Praça de Cuba, indo em direção ao Beco do Cotovelo, onde a programação
da Semana da Pessoa com Deficiência será apresentada no Programa Ivan Frota.
Segunda-feira,
dia 18 de setembro – Bate-papo sobre a temática central da
semana, em diversas emissoras de rádio,
com os Conselheiros do CMPCD.
Terça-feira,
dia 19 de setembro – Criação do Fórum de Debates e encaminhamentos das questões pertinentes às
pessoas com deficiência, de 8 às 12 horas, no Auditório do IFCE. Aberto a todas
as pessoas que se interessam pela causa!
Quarta-feira,
dia 20 de setembro – Noite da Arte, Show de Calouros, apresentação artística de pessoas com deficiência
da cidade de Sobral. Às 19 horas, no Boulevard do Arco.
Quinta-feira,
dia 21 de setembro – Entrega do SELO ACESSIBILIDADE, em sua V
Edição, reconhecimento às instituições públicas e privadas que se
destacaram na promoção da ACESSIBILIDADE para as pessoas com deficiência, às 19
horas, no Teatro São João.
Sexta-feira,
dia 22 de setembro – Manhã de lazer para crianças com
deficiência, a partir de 8 horas, no Clube dos Calçadistas de Sobral.
Francisco
Edmilson Moreira Mesquita
Conselheiro
no Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência de Sobral - CMDPCD
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