Por padre Djacy Brasileiro
Esse termo soa mal para muita gente, inclusive para alguns cristãos,
que se dizem seguidores fieis de Jesus Cristo. No geral, muitos o
concebem como sendo uma ideologia perigosa, feito granada a explodir.
Para isso, não faltam adjetivos pejorativos. As pessoas de espírito
esquerdista são tratadas como subversivas, fora da Lei, agitadoras,
baderneiras, arruaceiras, politiqueiras, comunistas etc.
Infelizmente, numa sociedade reacionária, permeada pelas ideologias
da direita, onde o povão é tratado como massa de manobra e não tem
consciência de sua cidadania, o cidadão que tem espírito esquerdista
passa a ser considerado muito perigoso, nocivo à sociedade, às
instituições etc. Não é por acaso que é mal-visto, mal interpretado,
ironizado, julgado e condenado pelos “fariseus” de plantão.
Afinal, o que é ser esquerdista? O que visa essa ideologia, quer no
âmbito político, econômico, social, cultural e religioso? O que pretende
uma pessoa, um grupo, um partido político, com essa visão dita
revolucionária?
Nada de artigo intelectualizado, até porque não faz parte do meu
feitio acadêmico. Serei objetivo, breve e realista. Quero somente
expressar o que concebo como ser de esquerda, sobretudo nos tempos
atuais.
Então, afinal, o que é ser esquerdista?
Na minha concepção, ser esquerdista nada mais é do que posicionar-se
em defesa dos mais pobres, dos injustiçados, dos excluídos, dos sem vez e
sem voz. É assumir, de forma radical, incondicional, causas que visam a
libertação integral do povo historicamente massacrado, excluído,
esquecido, tratado com desdém, que vive à margem da cidadania e, por que
não dizer, de sua própria dignidade humana.
Ser esquerdista é apoiar a luta dos movimentos sociais em defesa da justiça social, do bem-estar de cada cidadão e cidadã.
Ser esquerdista é ter visão crítica, libertária, visando, com isso, o bem-estar do povo.
Ser esquerdista é ter visão crítica, libertária, visando, com isso, o bem-estar do povo.
Ser
esquerdista é gritar, bem alto, contra as desigualdades sociais, contra
todo tipo de exclusão, que massacra a dignidade da pessoa humana.
Ser esquerdista é lutar pelo resgate da cidadania. É fazer com que o
cidadão, a cidadã, tenha seus direitos inalienáveis respeitados etc.
Ser esquerdista é fazer com que os cidadãos não sejam tratados como
massa de manobra, boiada etc. É lutar para que os mesmos sejam libertos
da praga da alienação religiosa e das mãos dos velhos coronéis
políticos.
Ser esquerdista é abrir a consciência do povo, mostrando-lhe seus
direitos inalienáveis, como direito à saúde, educação, segurança,
saneamento básico, moradia, emprego, salário justo etc.
Ser esquerdista é dizer para o povo sofrido, massacrado, violentado
nos seus direitos mais elementares: Una-se e lute pelos seus direitos,
não fique calado, acomodado, dormindo no ponto. Vãos às ruas, avenidas, e
gritem, e clamem… Vocês são cidadãos, portadores de direitos
constitucionais.
Ser esquerdista é ensinar o povo a lutar, a bradar, em defesa dos
seus direitos mais elementares como saúde, educação, moradia, segurança,
saneamento básico etc.
Ser esquerdista é fazer com que o povo tantas vezes tratado como
boiada ou massa de manobra tenha consciência crítica, portador de visão
politica libertária, promovedora, inclusiva.
Ser esquerdista é não se conformar com uma sociedade que exclui,
discrimina, despreza, ignora as pessoas pobres, humildes, negras,
faveladas, idosas, doentes etc.
Ser esquerdista é lutar contra um sistema econômico que não prioriza a
pessoa humana, o seu ser, mas, unicamente, exclusivamente, o lucro, o
ter mais etc.
Ser esquerdista é lutar contra a cultura do descarte, do desprezo
humano, onde a pessoa humana não vale pelo que é, mas pelo que tem.
Ser esquerdista é dizer não a alienação religiosa, é ser contra a manipulação da fé cristã.
Ser esquerdista é questionar a Politica, a Economia a Cultura, a
Religião, com as seguintes perguntas: quais seus planos, suas
estratégias, seus rumos, seus objetivos, seus interesses, suas
propostas, seus direcionamentos, a quem serve, estar a serviço de quem,
quais são seus efeitos maléficos e benéficos, quem usufrui etc.
Ser esquerdista é lutar por políticas públicas voltadas para a população pobre, sofrida.
Ser esquerdista é lutar para libertar o povo das velhas oligarquias,
do coronelismo político, do curral eleitoral, do voto de cabresto.
Ser esquerdista é opor-se, incondicionalmente, contra os sistemas políticos e econômicos que oprimem o povo.
Ser esquerdista é lutar em defesa dos valores democráticos, da
cidadania, da liberdade de expressão, dos direitos inalienáveis das
minorias etc.
Ser esquerdista é aplaudir os valores éticos e morais, que dignificam a pessoa humana.
Ser esquerdista é estar ao lado dos trabalhadores na sua por melhores salários etc.
Ser esquerdista é lutar renhidamente para que o povo tenha assistência médico-hospitalar decente, digna etc.
Ser esquerdista é lutar por emprego, por reforma agrária, por moradia, por saneamento básico, segurança.
Ser esquerdista é dizer não aos grandes meios de comunicação que têm
como único objetivo manipular a consciência do povo, visando o status
quo dos poderosos.
Ser esquerdista é lutar para que os governos elaborem políticas
socioeconômicas inclusivas, visando atingir as classes menos
favorecidas.
Ser esquerdista é votar em políticos populares, povão, que tenham
história de luta em defesa da justiça, da cidadania, que apoiam as lutas
dos movimentos sociais etc.
Ser esquerdista é não votar em políticos ligados aos grandes grupos econômicos: latifundiários, empresários etc.
Ser esquerdista é lutar para que os filhos de pais pobres, humildes, possam ter educação de qualidade, e assim, chegar à Universidade.
Ser esquerdista é lutar para que os filhos de pais pobres, humildes, possam ter educação de qualidade, e assim, chegar à Universidade.
Ser esquerdista é se apaixonar pela justiça social, e por ela dar seu tempo, seu sangue, sua vida. É um ser um baluarte da vida.
Se ser esquerdista é tudo isso que visa a libertação do povo
oprimido, pobre, injustiçado, escravizado, espoliado em seus direitos
inalienáveis, então faço questão de ter esse espírito revolucionário tão
nobre, eficaz, bonito, digno, e por que não dizer cristão?
É com essa postura crítico-revolucionária que, como cidadão e pastor
cristão, tento dar minha humilde parcela de contribuição para que
tenhamos um país mais justo, humano, solidário, como expressão visível,
palpável, do Reino de Deus.
Padre Djacy Brasileiro, em 19 de agosto de 2016.
Fonte: facebook
Disponível em: http://www.polemicaparaiba.com.br/politica/sou-um-padre-esquerdista-luto-pela-libertacao-do-povo-oprimido-pobre-injusticado-escravizado-espoliado-em-seus-direitos-inalienaveis/
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