Os
problemas legais do deputado levantaram uma verdadeira guerra virtual
entre apoiadores e detratores nas redes, com parte de seus críticos
argumentando que as ofensas à Maria do Rosário podem acabar tornando-o
inelegível. No entanto, com base no prescrito na Lei da Ficha Limpa, nem
a decisão do STJ nem uma possível condenação no STF na ação criminal
pelo mesmo caso teriam potencial para impedi-lo de concorrer em 2018, de
acordo com especialistas ouvidos pelo EL PAÍS.
Sobre a condenação no STJ, o advogado especialista
em direito eleitoral João Fernando Lopes de Carvalho explica que essa
condenação tão tem implicações criminais, já que é uma ação civil, por
danos morais. Logo, não tem efeitos legais na possível campanha do
deputado à presidência.
Sobre a ação que corre no STF, mesmo que
condenado pelo corte, Bolsonaro continuaria com sua campanha intacta, já
os crimes de injúria e incitação ao estupro não estão tipificados na Lei da Ficha Limpa.
“A reforma na lei da ficha limpa só prevê a impossibilidade de
concorrer em crimes específicos, esse não é o caso”, esclarece Ivar
Hartmann, professor de direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Entres
os crimes específicos da Lei da Ficha Limpa, estão delitos contra a
administração pública e o patrimônio público, tráfico de drogas,
racismo.
Hartmann e Carvalho lembram que a condenação do
STF pode, eventualmente, ser transformada em uma denúncia de quebra de
decoro parlamentar dentro da Câmara dos Deputados.
Nesse caso, ele seria julgado por seus pares em plenário e, se
condenado, teria seu atual mandato cassado e perderia os direitos
políticos por 8 anos, o que inviabilizaria sua candidatura em 2018.
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