segunda-feira, 12 de junho de 2017

MORTES EM INTERVENÇÕES POLICIAIS CRESCEM 74% NO CEARÁ

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Thiago Paiva

Desde que os dados de morte por intervenção policial passaram a ser divulgados pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), em 2014, não eram registrados tantos casos quanto em abril último. No total, 22 pessoas foram mortas durante a ação das forças policiais do Ceará no mês. Numa comparação com o mesmo período do ano passado, houve crescimento de 214% nas ocorrências.

O levantamento, que inclui ainda números de 2013, revela que, até o último abril, dezembro de 2016 havia concentrado o maior número absoluto de mortes, com 19 casos. No acumulado deste ano, houve 47 ocorrências. Uma alta de 74% com relação a 2016 e 2015 (de janeiro a abril). Ambos registraram 27 mortes no mesmo período. Em 2014, foram 17 casos e, em 2013, outros 10 neste intervalo.

Os dados de maio ainda não foram divulgados. Já os de junho deverão incluir as quatro mortes ocorridas durante operação da Polícia Civil, realizada na madrugada da última quinta-feira, 8, na localidade de Tapera, em Aquiraz (Região Metropolitana de Fortaleza). Três pessoas foram presas, tendo uma delas sido baleada. Foram apreendidos um fuzil americano calibre 762, uma metralhadora 9 milímetros e uma escopeta cano duplo calibre 12.

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De acordo com o chefe do Departamento de Policiamento da Capital, delegado Pedro Viana, o grupo era do Conjunto Tasso Jereissati, no Jardim das Oliveiras, e planejava matar um rival, que seria chefe do tráfico da comunidade vizinha, o Lagamar, no São João do Tauape. O alvo costuma ir com a família para um sítio em Aquiraz. A Polícia fez um cerco no local e flagrou o momento em que os suspeitos chegaram para a ação.

Houve troca de tiros e os quatro foram mortos. Outros três foram presos, tendo um deles ficado ferido. Cinco conseguiram fugir. Não havia ninguém no sítio. A ação foi comemorada pelo titular da SSPDS, André Costa.

“Estou certo que a população é muito grata a vocês também pela qualidade da investigação e da ação, assim como os resultados alcançados. Aos policiais digo: não se desviem e não baixem suas cabeças por conta das críticas de alguns poucos, que nada acrescentam à segurança pública. O que nossos policiais estão precisando é de APOIO, pois muito vêm fazendo todos os dias, e têm encontrado esse apoio na sociedade”, postou o secretário, nas redes sociais. 

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Em entrevista concedida ao O POVO na última sexta-feira, 9, Costa comentou os números do mês de abril. De acordo com ele, o aumento se deu devido à reação dos suspeitos. “A polícia está agindo com mais intensidade, os criminosos estão decidindo agir com violência contra policiais. A gente está na rua para defender toda e qualquer pessoa que tenha envolvimento ou não com o crime. Cada um escolhe o caminho que quer seguir e a polícia está na rua para reagir de forma proporcional a cada um deles”, afirmou. (colaborou Eduarda Talicy)


O que diz a lei 


Lei nº 2.848/1940
Artigo 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: em estado de necessidade; em legítima defesa; em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.


Saiba mais 

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As mortes registradas pela SSPDS possuem excludente de ilicitude e, portanto, não entraram na conta dos Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs), que englobam homicídio, latrocínio (roubo seguido de morte) e lesão
corporal seguida de morte.

As ocorrências de intervenção policial são acompanhadas pela cúpula da SSPDS e passam por investigação preliminar na Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD). O objetivo é coibir excessos. Somente a CGD confirma se houve legítima defesa nos casos.

Disponível em:  http://mobile.opovo.com.br/jornal/cotidiano/2017/06/mortes-em-intervencoes-policiais-crescem-74-no-ceara.html

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