Pará teve quatro mortos em matança no dia 1º; Rondônia, três mortos no dia 29; no Mato Grosso, nove pessoas ligadas ao MST foram executadas no dia 19.
A reportagem é de Cauê Seigner Ameni, publicada por De Olho nos Ruralistas.
O Brasil mal assimilou o assassinato de nove camponeses em Colniza (MT),
no dia 19 de abril. Mas outras duas chacinas banham o campo com sangue
novamente – e somam 15 mortos em 15 dias. Dez dias depois da matança no
Mato Grosso, no dia 29, moradores da linha 90 Gleba Corumbiara, a 70 quilômetros de Vilhena, em Rondônia, encontraram uma caminhonete incinerada com três corpos carbonizados. O triplo homicídio ceifou as vidas de Valdinei Assis da Silva, Yure Silva e Geovane Alves de Jesus. Segundo parentes, eles tinham saído no dia anterior para pescar.
O local do crime fica a 15 quilômetros da Fazenda Vilhena, região marcada por conflitos agrários. Em 2015, foi registrada uma chacina de cinco pessoas no local. Segundo o jornal Extra
de Rondônia, o assassinato foi um recado dado ao fazendeiro, pois ele
pretendia entrar na Justiça com pedido de reintegração de posse, por ter
suas terras invadidas por grileiros. Com 21 assassinatos, Rondônia foi o estado com maior números de mortes por conflitos agrários em 2016, segundo o relatório anual elaborado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT). De acordo com o relatório, 61 pessoas foram mortas no ano passado, no Brasil, por causa de conflitos no campo.
Dois dias depois, na segunda-feira (01/05), uma execução semelhante aconteceu em Santa Maria das Barreiras, no sul do Pará.
Quatro corpos foram encontrados carbonizados dentro de uma caminhonete
localizada dentro do assentamento Cristalino – uma área com 40 mil
hectares, que no passado pertenceu à multinacional Volkswagen. Segundo
reportagem da EBC, os homicídios foram causados por uma disputa
entre posseiros. Para a Polícia Civil do Pará, os indícios mostram que
posseiros brigavam pelo loteamento da área.
De acordo com reportagem do Estadão, três acusados foram presos por participar da emboscada, e um quarto morreu na troca de tiros com a polícia. O delegado Antonio Miranda, superintendente da Polícia Civil na região do Araguaia Paraense,
disse que as mortes ocorrem com frequência na região: “A briga é por
terras. As vítimas dessa chacina trabalhavam para posseiros que foram ao
local para expulsar outros posseiros”.
O Pará, antigo líder nos assassinatos rurais, ficou em terceiro no relatório da CPT sobre assassinatos no campo de 2016, com seis mortos. Ao todo, desde que os dados começaram a ser coletados, em 1985, o Brasil
já somou 1.833 assassinatos no campo até o ano passado. Mais detalhes
sobre mortes políticas no campo podem ser lido na reportagem “Democracia
já tem quase 2 mil assassinatos políticos no campo“.
O ataque aos Gamela
O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) divulgou nesta quarta-feira um vídeo sobre o ataque ao povo Gamela, no Maranhão. Não houve mortos, mas vários indígenas ficaram feridos.
Disponível em: http://www.ihu.unisinos.br/567307-brasil-tem-15-mortos-em-chacinas-no-campo-em-15-dias
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