O projeto de desmonte da previdência social enviado ao Congresso Nacional já pode ser considerado o maior ataque aos direitos da classe trabalhadora em décadas, representa o fim do Sistema de Seguridade Social Brasileiro garantido pela Constituição de 1988
e reconhecido como um dos sistemas mais avançados do mundo e referência
para vários países. O projeto de desmonte é ainda mais perverso quando
se trata das trabalhadoras urbanas, rurais, professoras, negras e idosas
ao desprezar os diferenciais de gênero, raça e desigualdades regionais.
A informação é de Marilane Oliveira Teixeira, economista, pesquisadora e assessora sindical, publicada por Plataforma Política Social, 04-03-2017.
O projeto parte de argumentos absolutamente enganosos para justificar
que todas as pessoas já atingiram condições de plena igualdade. Apesar
de todos os avanços conquistados nessas duas últimas décadas, a
sociedade e o mercado de trabalho brasileiro ainda são marcados por
profundas desigualdades, sejam elas de gênero, de raça ou regionais e
como essas três dimensões estão interligadas. O sistema de seguridade
brasileiro vem permitindo, mesmo com limitações, que essas distorções
resultantes de uma sociedade desigual, opressora, patriarcal e racista
fossem enfrentadas concedendo tratamento diferenciado através de um
sistema que trata os desiguais na exata medida de suas desigualdades,
com deve ser.
Portanto, devemos construir nossa linha de argumentação em dois
sentidos: primeiro reforçar o caráter solidário e distributivista que
representa os recursos da seguridade social para a construção de uma
sociedade menos desigual e mais igualitária e, segundo, denunciar o
caráter regressista do projeto e seus efeitos sobre a classe trabalhadora, em especial sobre as mulheres.
Disponível em: http://www.ihu.unisinos.br/565446-o-desmonte-da-previdencia-social-e-as-mulheres
Nenhum comentário:
Postar um comentário