Heloísa Lopes Cohim cursa o 8º semestre de Medicina na Universidade Federal da Bahia (UFBA)
e, ao utilizar algumas apostilas para estudar, se deparou com um
conteúdo contendo trechos assustadoramente machistas. O material foi
produzido pelo Medgrupo, cursinho para alunos de medicina, que possui filiais em 123 cidades no país.
Em um post no Facebook, a estudante comentou a respeito da abordagem utilizada para explicar sobre síndromes de transmissão sexual.
“Comecei a utilizar alguns módulos do Medgrupo cedidos por colegas já residentes para estudar os conteúdos. No entanto, tive o desprazer de ser exposta a casos clínicos com comentários machistas e ilustrações que expõem o corpo feminino de maneira vulgar“.
Um dos tópicos do material explica sobre uma doença chamada Vaginose Bacteriana e mostra a ilustração de uma mulher nua e de um homem tapando o próprio nariz. O texto que acompanha a imagem conta a história fictícia de Damila, uma mulher de 18 anos que não consegue ‘segurar’ namorado por possuir um odor vaginal semelhante a ‘peixe podre’. O texto ainda frisa o fato de a personagem ter tido relações sexuais com muitos homens.
Em um post no Facebook, a estudante comentou a respeito da abordagem utilizada para explicar sobre síndromes de transmissão sexual.
“Comecei a utilizar alguns módulos do Medgrupo cedidos por colegas já residentes para estudar os conteúdos. No entanto, tive o desprazer de ser exposta a casos clínicos com comentários machistas e ilustrações que expõem o corpo feminino de maneira vulgar“.
Um dos tópicos do material explica sobre uma doença chamada Vaginose Bacteriana e mostra a ilustração de uma mulher nua e de um homem tapando o próprio nariz. O texto que acompanha a imagem conta a história fictícia de Damila, uma mulher de 18 anos que não consegue ‘segurar’ namorado por possuir um odor vaginal semelhante a ‘peixe podre’. O texto ainda frisa o fato de a personagem ter tido relações sexuais com muitos homens.
Outras páginas da mesma apostila possuem conteúdo igualmente machista e
mostram mais ilustrações sexualizadas de mulheres com textos
explicativos completamente depreciativos.
Além do post na rede social, Heloísa ainda enviou um e-mail ao Medgrupo comentando sobre suas observações. A empresa respondeu afirmando ser contra a ‘agenda do politicamente correto’.
"Somos contra a agenda do politicamente correto. Sugerimos a todos que não gostem deste estilo que não usem o nosso material, especialmente aqueles que não pagaram por ele".
Além do post na rede social, Heloísa ainda enviou um e-mail ao Medgrupo comentando sobre suas observações. A empresa respondeu afirmando ser contra a ‘agenda do politicamente correto’.
"Somos contra a agenda do politicamente correto. Sugerimos a todos que não gostem deste estilo que não usem o nosso material, especialmente aqueles que não pagaram por ele".
O post de Heloísa foi deletado do Facebook após ter sido denunciado, mas foi reproduzido na íntegra pela fanpage Artemis (abaixo):
“Prezados,
Sou acadêmica de medicina da Universidade Federal da Bahia e estou no 8º semestre. Na nossa grade curricular é neste semestre que temos contato com a ginecologia e a obstetrícia. Por conta disso, comecei a utilizar alguns módulos do MedGrupo cedidos por colegas já residentes para estudar os conteúdos.
No entanto, tive o desprazer, logo nas primeiras páginas do MED 2013: Síndromes de Transmissão Sexual, de ser exposta a casos clínicos com comentários machistas, e ilustrações que expõe o corpo feminino de maneira vulgar! Em certo caso, uma mulher era vítima de um relacionamento abusivo e, após traição e término do relacionamento, decidiu desfrutar da sua liberdade, tal cena é retratada com um desenho de uma mulher seminua fantasiada de “diabinha”.
Em outro caso, uma menina portadora de vaginosa bacteriana (um sofrimento, vale ressaltar) é retratada em um desenho de uma mulher seminua com vários peixes em cima do seu corpo e um homem de nariz tampado devido ao mal cheiro. Além disso, a última frase do caso relata que um dos testes necessários para o diagnóstico não foi realizado, porque o médico ficou “tão enjoado” que o diagnóstico era evidente.
Por fim, o último caso relata uma passista de escola de samba que era: ” charmosa, de muitos atributos e sempre disputada pelos gringos”. (turismo sexual?)
Gostaria de entender os objetivos de tais casos clínicos com tamanha falta de humanidade, bom senso e carregados de tanto machismo e julgamento.
Muitos jovens do Brasil tem acesso a esses conteúdos, ou seja, os senhores são formadores de opinião e devem se responsabilizar mais por isso.
Espero que as novas edições não apresentem tais absurdos.
Grata.”
“Prezados,
Sou acadêmica de medicina da Universidade Federal da Bahia e estou no 8º semestre. Na nossa grade curricular é neste semestre que temos contato com a ginecologia e a obstetrícia. Por conta disso, comecei a utilizar alguns módulos do MedGrupo cedidos por colegas já residentes para estudar os conteúdos.
No entanto, tive o desprazer, logo nas primeiras páginas do MED 2013: Síndromes de Transmissão Sexual, de ser exposta a casos clínicos com comentários machistas, e ilustrações que expõe o corpo feminino de maneira vulgar! Em certo caso, uma mulher era vítima de um relacionamento abusivo e, após traição e término do relacionamento, decidiu desfrutar da sua liberdade, tal cena é retratada com um desenho de uma mulher seminua fantasiada de “diabinha”.
Em outro caso, uma menina portadora de vaginosa bacteriana (um sofrimento, vale ressaltar) é retratada em um desenho de uma mulher seminua com vários peixes em cima do seu corpo e um homem de nariz tampado devido ao mal cheiro. Além disso, a última frase do caso relata que um dos testes necessários para o diagnóstico não foi realizado, porque o médico ficou “tão enjoado” que o diagnóstico era evidente.
Por fim, o último caso relata uma passista de escola de samba que era: ” charmosa, de muitos atributos e sempre disputada pelos gringos”. (turismo sexual?)
Gostaria de entender os objetivos de tais casos clínicos com tamanha falta de humanidade, bom senso e carregados de tanto machismo e julgamento.
Muitos jovens do Brasil tem acesso a esses conteúdos, ou seja, os senhores são formadores de opinião e devem se responsabilizar mais por isso.
Espero que as novas edições não apresentem tais absurdos.
Grata.”
Fonte: Portal Hypeness
Disponível em: http://grupovioles.blogspot.com.br/2017/02/estudante-de-medicina-faz-depoimento.html
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